sexta-feira, 8 de maio de 2015

Maioridade penal e desonestidade intelectual

(Procure no Google por "maioridade penal" e, em seguida, busque "imagens". Ali você verá centenas de exemplos da desonestidade intelectual que denuncio neste artigo.)  

"Reduzir a maioridade penal não vai acabar com a violência!", proclama o debatedor em tom veemente. Ninguém afirmou uma tolice dessas, mas o sujeito passa a detonar a frase que ele mesmo fez como se, assim, estivesse destruindo a tese da redução da maioridade penal. Um criminoso de 16 anos tem que ir para a cadeia por uma série de razões e "acabar com a violência" não é uma delas. Seja como for, essa é uma das bem conhecidas e nada honestas artimanhas empregadas em debates: atribuir à tese adversária argumentos que não foram empregados em seu favor, para dar a impressão de que ela é destruída quando tais argumentos são desmontados.
Outra artimanha é a de levar a tese adversária a um extremo jamais cogitado, tornando-a ridícula. Por exemplo: "Os que defendem a redução da maioridade penal logo estarão querendo reduzi-la novamente para 12 anos. Daqui a pouco estarão encarcerando bebês". E, assim, um rapagão de 17 anos do tamanho de um guarda-roupa, estuprador e assassino, fica parecendo tão inocente quanto uma criança de colo.

Outra, ainda, envolve a apresentação, em favor da própria tese, de um argumento competente que com ela não se relaciona. A coisa fica assim: "Nossos cárceres são verdadeiras escolas do crime, que não reeducam". Esse argumento escamoteia dois fatos importantíssimos: o de que a ressocialização é apenas uma (e sempre a mais improvável) dentre as várias causas do encarceramento de criminosos e o de que o preso não entrou para a cadeia inocente e saiu corrompido. Foi fora da cadeia que ele se desencaminhou.

Por outro lado, a pena privativa de liberdade tem várias razões. A principal, obviamente, é a de separar do convívio social o indivíduo que demonstrou ser perigoso. A segunda, por ordem de importância, é a expiação da culpa (fator que está sendo totalmente negligenciado no debate sobre o tema). Quem comete certos crimes paga por eles com a privação da liberdade. Ao sair da cadeia, dirá que já pagou sua pena, ou seja, que já acertou contas com a sociedade. A expiação da culpa é o único motivo, de resto, para que nos códigos penais do mundo inteiro as penas de prisão sejam proporcionais à gravidade dos delitos cometidos. A terceira razão da pena privativa de liberdade é o desestímulo aos crimes de maior lesividade (função de eficácia incerta, sim, mas se as penas fossem iguais a zero a criminalidade, certamente, seria muito maior). Pois é a quase impunidade assegurada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente que tem estimulado o uso de menores para a prática de muitos crimes.

O assunto é importante, bem se vê, mas pressupõe honestidade intelectual, porque a deliberação democrática fica comprometida quando o que se pretende é vencer o debate de qualquer maneira.

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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Os verdadeiros golpistas

A palavra "golpe" tanto serve para definir a tentativa de afastar o governo do poder quanto a de manter o governo no poder por meios extra-constitucionais. Portanto, na atual situação brasileira, golpista é quem quer impedir, mediante constrangimento moral, sofismas e outros mecanismos ainda mais repulsivos, que se faça uso do processo de impeachment, instrumento que a Constituição disponibiliza para situações como esta em que se encontra a República.

Os que fizeram ninho nos poderes de Estado e converteram suas convicções em receitas para ascensão funcional estão em estado de choque. Fazem companhia aos parceiros da mídia e do mundo acadêmico que se acostumaram a falar sozinhos para auditórios subjugados por uma hegemonia que tritura neurônios como uma usina de brita quebra rochas. Em pedacinhos. Nas últimas décadas, uns e outros jamais se depararam com algo semelhante. Povo na rua bradando contra seus amados ícones. Panelaços contra sua idolatrada "presidenta". Lula vaiado e se escondendo entre guarda-costas e companheiros. Rechaço popular a bandeiras vermelhas. Multidões pedindo impeachment.

Como agir diante de algo assim? Proclamar, com insistência, a elevada estatura moral do partido? Ajustar o elmo, esporear o cavalo e brandir espadas em defesa das virtudes do governo Dilma, como zelavam pela pureza feminina os cavaleiros medievais? Investir recursos na modorrenta militância de sanduba, refri e R$ 35? Apelar para a velha estratégia de desqualificar indivíduos e multidões, raças, classes sociais, pigmentação da íris? Incrível como o velho Karl Marx fez vistas grossas à importância da cor dos olhos na luta de classes, não é mesmo?

A desqualificação encontrou na acusação de golpismo o mais entoado de seus refrões. "Impeachment é golpe!". E por aí vão. Unem-se em coro colunistas, comentaristas, parlamentares e dirigentes petistas. Quem pede o impeachment da sua amada "presidenta" é golpista. E pronto. O interessante é que nenhum deles tem coragem de, em público, proclamar a elevada dignidade moral do governo, sua honra e probidade. Nenhum jornalista ou líder político escreve, fala ou mostra a cara na tevê para sustentar o insustentável. Todos sabem que a sociedade tem motivos de sobra para estar enojada do governo e de suas práticas. É muito mais fácil, então, evadir-se da encrenca pelo lado oposto, desqualificando os 63% da população brasileira que clamam pela solução racional e constitucional: o impeachment da presidente.

Não pode ser "golpe" o apelo a um instrumento constitucional, com lei própria, que só terá o efeito desejado se seguido o rito determinado pela Constituição e pela lei federal que trata especificamente do assunto. Golpista, portanto, é quem tenta impedir isso.

Longa e gloriosa vida ao instituto do impeachment!

Impeachment é o preceito constitucional que faz saber ao governante quem tem as rédeas do poder.


Exorcizar o impeachment, apresentando-o como tema dos inconformados, dos derrotados, dos opositores, dos que perderam eleições, como fez anteontem (20/04), o principal colunista do jornal Correio do Povo (N.doE.: Juremir Machado), é prestar enorme desserviço à causa da democracia e do Estado de Direito. Não é uma posição original. Os defensores do atual governo reproduzem-na aos ventos e às nuvens. Todos, em situação ideológica inversa, estariam clamando por impeachment e bradando - "Fora já!" - a quem fosse ocupante do posto.

O instituto do impeachment é uma arma posta nas mãos da sociedade, para ser usada através de suas instituições, como proteção ante o governo delinquente. É uma proteção necessária. Não é a única, mas é a mais poderosa e efetiva. Sua simples existência produz efeito superior ao da lei penal porque além de ser um instrumento jurídico, ele é, também, um instrumento político. Presente no mundo do Direito, opera como freio à potencial criminalidade dos governos.

Imagine, leitor, se, como pretendeu o colunista mencionado acima, governantes fossem inamovíveis por quatro anos. A vitória eleitoral abriria porta a toda permissividade, a todo abuso do poder. Regrediríamos a um absolutismo monárquico operado, sem restrições, nos conciliábulos partidários.

Felizmente, no Brasil, quem põe no peito a faixa presidencial veste, também, o cabresto e a embocadura da sempre possível sujeição a um processo de impeachment. A nação, efetiva titular do poder, o mantém com rédea frouxa, até o momento em que precisa acioná-lo para retomar o comando e trocar de montaria.


www.puggina.org

http://www.midiasemmascara.org/artigos/governo-do-pt/15785-os-verdadeiros-golpistas.html

quarta-feira, 22 de abril de 2015

10 citações de Che Guevara que a esquerda prefere não falar

Da próxima vez que seu filho chegar em casa em uma camiseta do  Che Guevara, pergunte-lhe se ele sabe que o assassino cubano realmente representava. Faça-o se sentar, fale com ele, tire as vendas da ignorância de seus olhos e mostre-lhe estas citações Guevara.
Em seguida, queime a maldita camiseta.



1. “Louco de fúria, mancharei de vermelho meu rifle estraçalhando qualquer inimigo que caia em minhas mãos!  Com a morte de meus inimigos preparo meu ser para a sagrada luta, e juntar-me-ei ao proletariado triunfante com um berro bestial! ”

2. “O ódio cego contra o inimigo cria um impulso forte que quebra as fronteiras de naturais das limitações humanas, transformando o soldado em uma eficaz máquina de matar, seletiva e fria. Um povo sem ódio não pode triunfar contra o adversário. “

3. “Para mandar homens para o pelotão de fuzilamento, não é necessária nenhuma prova judicial … Estes procedimentos são um detalhe arcaico burguês. Esta é uma revolução! ”

4. “Um revolucionário deve se tornar uma fria máquina de matar motivado pelo puro ódio. Nós temos que criar a pedagogia do Paredão! ” (O Paredão é uma referência para a parede onde os inimigos de Che eram mortos por seus pelotões de fuzilamento).

5. “Eu não sou o Cristo ou um filantropo, velha senhora, eu sou totalmente o contrário de um Cristo … eu luto pelas coisas em que acredito, com todas as armas à minha disposição e tento deixar o outro homem morto, de modo que eu não seja pregado numa cruz ou qualquer outro lugar. “

6. “Se qualquer pessoa tem qualquer coisa boa para dizer sobre o governo anterior, para mim é bom o suficiente matá-la. ”

7. Che queria que o resultado da crise dos mísseis em Cuba fosse uma guerra atômica. “O que nós afirmamos é que devemos proceder ao longo do caminho da libertação, mesmo que isso custe milhões de vítimas atômicas”.

8. “Na verdade, se o próprio Cristo estivesse no meu caminho eu, como Nietzsche, não hesitaria em esmagá-lo como um verme. ”

9. “Deixe-me dizer, correndo o risco de parecer ridículo, que o verdadeiro revolucionário é guiado por grandes sentimentos de amor. ”

10. “É muito triste não ter amigos, mas é ainda mais triste não ter inimigos. ”

Tenha cuidado para não perder as nossas 13 razões porque você deve jogar fora a sua camiseta do Che Guevara.



Fonte: 
Fonte: http://www.ihatethemedia.com/
Tradução: Emerson de Oliveira

Meu ceticismo na evolução

Já tive vários debates com evolucionistas.
Até hoje, o melhor exemplo de evolução que me apresentaram foi o de uma bactéria que sofreu mutação, se tornando resistente a antibióticos.
Mas a pergunta que fiz foi a seguinte:
"E a bactéria virou o quê?"
Resposta: "Uma superbactéria, ué".
Com isso, continuo cético com relação a origem de novas espécies por meio de mutação ou seleção natural, até que me provem o contrário.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

A atuação da KGB no Brasil e a falta de interesse pela verdade*

A prova do sucesso da KGB foi ter tornado a CIA o único “judas” a ser malhado

Antes de iniciar este artigo peço, encarecidamente, que o leitor NÃO ACREDITE nas afirmações feitas aqui; pelo menos, não sem antes consultar as fontes que menciono ao final, nas quais se baseiam as minhas declarações.
Feita esta ressalva, vamos ao texto:

Professores, universitários, advogados, jornalistas, e, como não poderia ser diferente, a opinião popular, costumam afirmar que o “golpe” de 1964, no Brasil, fora realizado pela CIA, a agência de inteligência americana, e que os militares brasileiros serviram apenas como ponta de lança da ação que culminou com a destituição do então presidente, João Goulart, o Jango.

Enquanto a CIA é citada como tendo envolvimento em tudo quanto é assunto (recentemente acusada pateticamente pelo deputado petista, Sibá Machado, de estar por trás das manifestações do último dia 15 de março), diametralmente oposta a esta situação, a KGB, serviço secreto da extinta União Soviética, simplesmente é omitida de todos os debates.

Um silêncio sepulcral paira sobre as inúmeras ações realizadas pelos russos no Brasil, antes, durante e depois de 1964. E, para piorar, qualquer um que se atreva a mencionar o nome das duas entidades, que não seja um militante de esquerda, já recebe a pecha de ser conspirador.

Certamente, em qualquer guerra, todos os lados envolvidos possuem sua parcela de responsabilidade. No entanto, não é o que se percebe nas falas e nos escritos relacionados às atuações da CIA e da KGB no Brasil – fato que por, si só, já torna este episódio no mínimo curioso.

Deixo uma pergunta: Se em 1964 estávamos vivendo o período da “Guerra Fria”, então, por que só é cogitada a participação americana no Brasil, enquanto a participação russa sequer é levada em conta? Só o fato de que inúmeros brasileiros recebiam treinamentos na então União Soviética, em Cuba e até mesmo na China já é motivo suficiente para se supor que a KGB estivesse, àquela época, planejando uma infiltração no Brasil.


Por outro lado, é inegável que os Estados Unidos tivessem interesse na vitória dos militares no combate ao comunismo. No entanto, a ação de tomada do poder por estas bandas foi concebida e executada exclusivamente pelos próprios brasileiros, embora os EUA estivessem na retaguarda, caso alguma coisa desse errado.

Para justificar a participação física dos americanos no golpe (ou contragolpe) de 1964, usam-se documentos supostamente atribuídos ao governo dos Estados Unidos, naquela que ficou conhecida como a “Operação Thomas Mann” ou “Operação Toro”.
Pois bem. Ocorre que tais documentos divulgados exaustivamente por toda a imprensa brasileira foram forjados pela espionagem tcheca no ano de 1964. A propósito, a agência tcheca chamava-se STB (Serviço Secreto da Tchecoslováquia) e trabalhava em parceria com a KGB que atuava no Brasil desde 1961.

O nome do autor da fraude, que inclusive escreveu um livro relatando tudo, é Ladislav Bittman. Ele chefiava o serviço de desinformação da Tchecoslováquia na América do Sul. Em seu livro “The KGB and Soviet Disinformation”, Bittman declara: “Queríamos criar a impressão de que os Estados Unidos estavam forçando a Organização dos Estados Americanos (OEA) a tomar uma posição mais anticomunista, enquanto a CIA planejasse golpes contra os regimes do Chile, Uruguai, Brasil, México e Cuba [...]. A Operação foi projetada para criar no público latino-americano uma prevenção contra a política linha dura americana; incitar demonstrações mais intensas de sentimentos antiamericanos e rotular a CIA como notória perpetradora de intrigas antidemocráticas”.


Embora as revelações de Ladislav Bittman tenham se tornado públicas no ano de 1985, a imprensa brasileira nada publicou a respeito. Talvez por ignorância ou, quem sabe, por não querer que a opinião pública viesse a tomar conhecimento da mentira que durante anos enganou o povo brasileiro. Por esta razão, continuamos perpetuando um engodo que já foi, há muito, desmascarado.


*Artigo originalmente publicado na revista Foco Carajás, edição 38 de jan/fev de 2015.

Fontes para pesquisa:

Livro: The KGB and Soviet Disinformation - an insider’s view  (Ladislav Bittman)
Vídeo importantíssimo: “A KGB nos arquivos da Tchecoslováquia”.(Mauro Abranches via YouTube)

Site com informações sobre a Operação Thomas Mann: http://www.ternuma.com.br/esquerda.htm.