domingo, 27 de novembro de 2011

AS CONTRADIÇÕES DE MAURINO


Do blog de Laércio Ribeiro.

Durante pronunciamento feito em seu gabinete na última sexta-feira (25/11), quando anunciou as mudanças na administração, o prefeito de Marabá Maurino Magalhães se atrapalhou mais uma vez. Na tentativa de justificar o balaio de gatos em que se tornou o seu governo, ele achou de associar as dificuldades da administração municipal à crise interncional de 2009, ano em que assumiu a prefeitura. Também fez referência à Crise Europeia, "que se alastra com suas repercussões negativas em todo o mundo", conforme nota distribuída por sua assessoria de imprensa.

Pra fazer jus a sua fama de prefeito trapalhão, ele acabou entrando em várias contradições. Ao mesmo tempo em que falou em crise, destacou que Marabá integrou este ano o seleto grupo dos 300 municípios que mais cresceram no mundo, razão de sua viagem à Alemanha no mês passado.

Por outro lado, não esclareceu a falta de coerência entre o cenário de adversidades que diz enfrentar e o inchaço exorbitante da folha de pagamento da prefeitura em sua administração. Nesses três anos de seu governo, ao invés de enxugar a folha, como seria de se esperar de qualquer administrador cercado por dificuldades, ele, ao contrário, patrocinou um inchaço de mais de 60% no quadro de pessoal, conforme publicado recentemente pelo Jornal Correio do Tocantins. Ou seja, curiosamente, o prefeito priorizou contratações, quando as finanças do município atravessavam seu momento mais difícil.
Eis o que diz o CT em sua edição on line:

"Quando entregou a Prefeitura para Maurino, em dezembro de 2008, Tião Miranda mantinha sob sua rédea um quadro com 7.300 servidores e uma folha de pagamento da ordem de R$ R$ 8.115.300,00. Em fevereiro de 2009, portanto dois meses depois de iniciar seu governo, o valor da folha sofreu uma elevação superior a 40% e saltou para nada mais nada menos que R$ 11.443.442,46, conforme dados da própria Secretaria de Comunicação, à época.

Agora, em meio à crise financeira que aponta para a falência, antes de completar três anos de “O Povo Governando”, o número de servidores da Prefeitura chega a 9.298 e a Folha de Pagamento foi fermentada e saltou para R$ 13.573.200,79.

Fugindo dos jornalistas - No dia em que anunciou mudanças em seu governo (exoneração de secretários, extinção de secretaria e demissão de comissionados), acossado pelas indagações de uma batelada de repórteres durante coletiva que ele próprio convocou, o prefeito Maurino acabou fugindo da sala para não ter que explicar o que, certamente, teria muita dificuldade de fazer. Depois de responder meia-duzia de perguntas, ele arranjou uma desculpa e acabou com a entrevista.

Com isso, deixou os jornalistas sem respostas para uma série de perguntas. Aliás, teve questionamento que ele não respondeu pura e simplesmente por uma questão de vontade própria. Por exemplo, quando foi perguntado sobre os critérios para a demissão dos comissionados, ele saiu-se com um “eu não preciso dizer os critérios”.

Entre as dúvidas que ficaram no ar indaga-se por que houve tanta demora em fazer a reforma, considerando que os problemas vêm desde 2009 e as mudanças eram uma cobrança, inclusive da base aliada, já no primeiro ano de governo.

Maurino negou que a troca de secretários tenha sido por uma questão de incompetência, mas não explicou por que mexeu em pastas essenciais para o funcionamento da máquina administrativa. Num momento de crise, ele deixa o setor de arrecadação do município numa situação de instabilidade, já que nos próximos dias, segundo suas próprias palavras, a Secretaria de Gestão Fazendária ficará nas mãos de um secretário interino.

Ficou claro que a reforma visa, entre outras coisas, fechar o rombo da inadimplência da prefeitura com fornecedores e prestadores de serviço, mas o prefeito não explicou qual é o montante da dívida pública com este segmento. Questionado, Maurino disse apenas que ele “não é grande” e é “administrável” (outra contradição).

Outra pergunta que ficou no ar é sobre como a reforma vai afetar os convênios, as parcerias e as obras em andamento. O prefeito deixou claro que alguns projetos serão paralisados, mas não explicou quais. Em nota divulgada por sua assessoria, Maurino informa que fará “ajustes necessários e transparentes para a condução municipal”. 

Como se vê, fala-se em transparência, quando, ao contrário, é de nebulosidade o cenário que fica, na ausência de respostas para tantas indagações.

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