Educação sexual: Século XXI,
quebra de tabus não trouxe realização sexual
Por: Anderson Damasceno
Em tudo fomos futuristas. Chegamos a um futuro sem nunca viver o seu presente. Zupt! Passamos direto pela liberdade tão sonhada pelos burgueses mesmo sem saber seu caminho. Então, o que aconteceu com a área mais feliz e íntima da relação interpessoal, entre os gêneros sexuais?
Em Marabá os números causam menos espanto do que vê uma fila em postinho de saúde, composta por gestantes ainda longe dos 18 anos. Fila para o pré-natal. Isso só é menos problemático quando se trata de HIV. De certo, essa situação pode ser fotografada não só nas grandes capitais.
Luis Fernando Veríssimo, um renomado misto de profissões liberais, anuncia que, no século XX, passamos da liberação sexual ao terror pós-coital num piscar d’olhos; “e somos a primeira geração da História a temer o termo positivo”.
O filósofo brasileiro Luiz Pondé, em entrevista a revista Veja – edição de 13 de julho – vê como descarada a atual sociedade, a qual vende a ilusão de uma vida sexual sadia. “Considero a revolução sexual um dos maiores engodos da história recente”, diz Pondé, e perfaz “há 100 anos se fazia sexo melhor”.
Todo “monumento” é um documento da barbárie, já dizia Walter Benjamin, da mesma forma essa liberação sexual velada de conquista ou maturidade sociocultural, não passa de uma pressão de mercado forçada pela indústria do sexo. Viável porque nossa democracia liberal, ou parte de nossos representantes políticos, funciona com menos rigor que casas de meretrizes.
Pouco importa as aulas de sexologia na escola se a internet, as “videolocadoras” e as telenovelas preferem ganhar dinheiro deformando qualquer educação sexual. Elas só ainda não conseguiram criminalizar a virgindade mediante algum projeto lei, agora, culturalmente, há quem duvide?
Não seria muito extrapolar que, daqui a um século, os pedófilos quererão legalizar sua orientação sexual mediante PL.
Antes do grande boom econômico as cidades já passam pelo ataque terrorista da imoralidade – travestida muitas vezes com o charme da classe A. Até a Rita Lee teve que redimensionar seu slogan – de “Sexo, drogas e rock’n roll” para “sexo seguro, yoga e rock’n roll”. E nós? Seremos tardios?
Há de se esperar então que as pedras falem, até que os marabaenses e qualquer outra população citadina se liguem que, quem paga as duras penas da prostituição infanto-juvenil, são seus filhos e os filhos dos seus filhos?
O que as últimas estatísticas apontam forma um banco de dados que nenhum governante tem alegria em divulgar. Poder-se-ia, no mínimo, ter alegria em tentar solucionar.
A estrutura familiar pra gerenciar essa situação, na grande maioria dos casos de gravidez precoce, é débil. Pais e mães desconhecem o que se deve fazer de imediato; e poucos refletem no que isso pode modificar em longo prazo a vida dos “jovens pais”.
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Anderson Damasceno é um jovem acadêmico, professor de inglês e repórter do jornal Opinião de Marabá.
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