sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Enézio Almeida Filho critica postura 'científica' da Folha de São Paulo


Leia trechos do discurso do blogger Enézio E. de Almeida Filho (do blog 'Desafiando a Nomenklatura científica') nos 90 anos da Folha de São Paulo: 

"Sinto-me constrangido de registrar que a Folha, de 1998 a 2011 ajudou a destruir a educação no Brasil, impedindo a construção da cidadania, da educação dos nossos cidadãos, de preservar o que há de mais nobre num país, que é o crescimento com democracia e educação, com respeito aos direitos de cidadania ao acesso a informações científicas atualizadas." 




"Cada um dos presentes aqui com certeza se recorda de um ou mais episódios em que a Folha, apesar de sua editoria de ciência ter sido notificada diversas vezes sobre as insuficiências fundamentais na teoria da evolução através da seleção natural no contexto de justificação teórica, deixou de investigar, de debater, de ouvir o outro lado, de corrigir rumos da educação brasileira sobre a abordagem fraudulenta e distorcida da evolução em nossos livros didáticos aprovados pelo MEC / SEMTEC / PNLEM, para com a sua credibilidade e poder científico, ela pudesse contribuir para colocar Darwin nos trilhos uma vez que temos uma nova teoria da geral da evolução sendo elaborada ‒ a Síntese Evolutiva Ampliada‒ que pela montanha de evidências negativas não pode e nem deve ser selecionista."

"Um jornal que se diz a serviço do Brasil e da educação, não tem nada a comemorar nesta questão científica importante. Quando a questão é Darwin, a Folha precisa evoluir seu jornalismo científico", concluiu Almeida Filho.

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Professor Enézio Almeida Filho 
Mestre em História da Ciência – PUC-SP. CV
Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/6602620537249723

11 comentários:

Anônimo disse...

Esse cara é uma piada quando se trata de biologia.
Ele deveria manter-se nos contos de sua área, pois ela já é bastante grande.

Pedro Gomes disse...

Caro anônimo,discordo totalmente de você.
O professor Enézio, apesar de não ser biólogo, é Mestre em História da Ciência e tem em seu hall de amigos grandes nomes das mais diversas áreas científicas, incluindo biologia. Se acompanhar o blog dele verá que seus argumentos baseaiam-se em estudos que são publicados por veículos respeitados.
Mas o que enfurece os evolucionistas são seus comentários com viés oposto ao pensamento de Darwin.
Entendo que desqualificar simplesmente alguém por falar de biologia sem ser biólogo, precisa ler os livros de Dawkins falando de genética ou bioquímica, assim como o próprio Darwin tratou de assuntos fora de sua área no seu famoso livro 'A origem das espécies'.
Não é por aí. Abraço.

Anônimo disse...

Prezado Pedro Gomes,
A questão não é "falar sem ser biólogo". Eu não sou cientista, mas discuto temas científicos, opinando sobre o que sei e aprendendo o que não sei com quem sabe.
A questão é a "desonestidade intelectual". Hoje em dia eu não me preocupo mais em discorrer a favor da Teoria da Evolução, mas apenas em mostrar as falácias dos criacionistas ao defenderem suas idéias.
Acho que toda discussão é legítima. O que não é legítima é a má-fé. Veja bem:
- Todas as descobertas da ciência que corroboram o evolucionismo são, para os criacionistas, erros de interpretação, quando não intencionais mentiras;
- Os criacionistas sempre falam das fraudes, como a velha história do Homem de Pildown, para desmecer o darwinistmo, mas nunca se lembram de dizer que foram cientistas, e não religiosos criacionistas, que as denunciaram;
- Os criacionistas sempre se valem de meias informações e distorções ao abordar um assunto, nunca o fazendo de forma clara, completa e isenta;
- Os criacionistas lançam mão da primeira e da segunda leis da Termdinâmica, afirmando que essas leis vão de encontro à teoria da evolução (e o fazem como se nenhum cientista as conhecesse), mas: ou não dizem por quê, ou, quando dizem, o fazem distorcendo a descrição correta da lei (para não falar que a segunda lei da Termodinâmica é de difícil compreensão para o leigo);
- Já vi criacionistas afirmarem que "a lei da causa e do efeito, aceita em todos os campos da Ciência" é contrária à teoria da evolução, só que fimgem ignorar que a "lei" da causa e do efeito NÃO É UMA LEI CIENTÍFICA, conquanto a afirmem "aceita em todos os campos da Ciência", o que é uma franca mentira;
E vai por aí afora. Por que não discutir com imparcialidade?
Por outro lado, a ciência tem mostrado resultados positivos inequívocos. E o fanatismo religioso? Que bons resultados apresenta?
Creio que a coisa é por aí...
Esse Enézio, assim como o muçulmano Harun Yahya, o Dr. Jónatas Machado, o Dr. Duane Gish e similares, pelo que já vi dele e sobre ele, é mais um embusteiro.

Gil Cleber

Daniel Leal disse...

Caro Gil, embora não seja um criacionsita no sentido fixista (o qual eu acho que a muito tempo já foi refutado!), note que infelizmente, parte dessa discussão, ambos os lados estão muito mais ligadas as questões políticas, filosóficas e ideológicas do que científicas.

Estou aberto as evidências onde quer que elas estejam, e preciso ser honesto: O neodarwinismo tem sim, muitos problemas.

Não tenho problemas com os trabalhos científicos que possam ou não evidenciar certos aspectos da evolução. Sou cientista e trabalho com conceitos do neodarwinismo para algoritmos de otimização e sim, na minha pesquisa, existem muitas coisas que estão bastante incoerentes no neodarwinismo e precisa ser dito (macroevolução, origem da vida, capacidade de geração informacional estável e complexidade por acaso/necessidade/seleção cumulativa).

Não nego que a evolução neodarwinista nos trouxe diversas conquistas científicas (microevolução, seleção natural, derivação genética, etc.), mas temos muitos problemas e isso não pode ser jogado pra debaixo do tapete como muitos "órgãos de divulgação da ciência", infelizmente o fazem.

Caso você queira ver algumas referências de trabalhos científicos que evidenciam problemas com o neodarwinismo (mais especificamente, com filosofia da doutrina materialista), o Enézio tem em uma de suas postagens, todas essas referências. Dê uma olhada:

http://pos-darwinista.blogspot.com.br/2012/05/sugestao-para-o-nucleo-de-apoio.html

Daniel Leal disse...

Vamos analisar cada ponto seu:

"Todas as descobertas da ciência que corroboram o evolucionismo são, para os criacionistas, erros de interpretação, quando não intencionais mentiras;"

R = Cuidado com a generalização. Uma coisa é corroborar para alguns pontos da evolução, outra é corroborar para o todo.

As questões da macroevolução é uma pedra no sapato do neodarwinismo, e isso não é mentira, veja esses trabalhos publicados em peer-review:

- THOMSON, K. S., Macroevolution: The Morphological Problem, American Zoologist, Vol. 32: 106-112 (1992).

- MIKLOS, G. L., Emergence of organizational complexities during metazoan evolution: perspectives from molecular biology, palaeontology and neo-Darwinism, Mem. Ass. Australas. Palaeontols, Vol. 15: 7-41 (1993). (NOTA IMPORTANTE: Neste artigo, MIKLOS, um eminente biólogo evolucionista explica que meras mudanças nas freqüências de genes (microevolução)são insuficientes para explicar a origem de características biológicas complexas como os planos corporais e outras inovações de grande escala (macroevolução).)

Mais uma vez, a generalização mata meu amigo.

Daniel Leal disse...

"Os criacionistas sempre falam das fraudes, como a velha história do Homem de Pildown, para desmecer o darwinismo, mas nunca se lembram de dizer que foram cientistas, e não religiosos criacionistas, que as denunciaram;"

R = Outra vez, cuidado com a generalização. Verdade, foram cientistas, que diferença faz? estão fazendo o trabalho que lhes é devido. Quanto ao "religiosos criacionistas", isso aponta para uma falácia da ridicularização e na pior das hipóteses, um cientificismo incipiente.

"Os criacionistas sempre se valem de meias informações e distorções ao abordar um assunto, nunca o fazendo de forma clara, completa e isenta;"

R = A princípio, não vejo nenhuma fonte ou evidência para que possa afirmar isso. Não discordo de você que existam criacionistas desonestos ou que existam evolucionistas desonestos, eles existem, mas sem citar referências fica difícil.

Mais uma vez, veja no link que eu lhe passei as fontes científicas aprovadas em journals, livros ou periódicos peer-review.

Daniel Leal disse...

"Os criacionistas lançam mão da primeira e da segunda leis da Termdinâmica, afirmando que essas leis vão de encontro à teoria da evolução (e o fazem como se nenhum cientista as conhecesse), mas: ou não dizem por quê, ou, quando dizem, o fazem distorcendo a descrição correta da lei (para não falar que a segunda lei da Termodinâmica é de difícil compreensão para o leigo);"

R = Não sou a favor do argumento da termodinâmica, de fato há controvérisas sérias.

"Já vi criacionistas afirmarem que "a lei da causa e do efeito, aceita em todos os campos da Ciência" é contrária à teoria da evolução, só que fimgem ignorar que a "lei" da causa e do efeito NÃO É UMA LEI CIENTÍFICA, conquanto a afirmem "aceita em todos os campos da Ciência", o que é uma franca mentira;"

R = Mais uma vez, cuidado com a generalização. Lei de causa e efeito é um princípio filosófico, até mesmo teológico. Na ciência temos o princípio da causalidade (principalmente utilizado na física). Dizer que isso não é uniforme, ou que nem todos estão de acordo com ela é destruir a ciência.

Antes que você diga que a mecânica quântica mostrou que algo pode vir do nada, mas a mecânica quântica NÃO mostra isso. O que temos é o vácuo quântico, que é um espaço físico com partículas e energia que podem formar matéria. A mecânia quântica NÃO anula causalidade.

Daniel Leal disse...

"Por que não discutir com imparcialidade?"

R = A tal imparcialidade que você coloca aqui meu amigo é um mito. Embora a ciência seja neutra em relação a questão metafísica (se é naturalista ou sobrenaturalista, isso pouco importa), o cientista também é um ser humano, tem uma filosofia e uma forma de pensar que o movem e é base para seu pressuposto, embora a ciência limite isso pela sua epistemologia.

Dizer que um Richard Dawkins é imparcial quando afima as boabegens de que a evolução implica em ateísmo, ou um Sam Harris que diz que a ciência deve perscrutar a moral (fico até com medo disso), você realmente acha que eles são imparcias, que eles não estão partindo de um pressuposto filosófico, cientificista e naturalista?!

Por favor meu amigo...

É perfeitamente possível fazer ciência sem os pressupostos filosóficos X ou Y, porém, qualquer implicação dos resultados a nível lógico e racional fica na área da filosofia.

Daniel Leal disse...

"Por outro lado, a ciência tem mostrado resultados positivos inequívocos."

R = Sua afirmação incorre no risco de falha epistemológica além da falácia do "sucesso da ciência a favor do cientificismo". Com certeza, a ciência tem nos trazido resultados fantásticos, mas inequívocos é uma afirmação que nega as bases do nosso método científico: Falseabilidade e incompletude (nenhuma teoria científica pode ser provada verdadeira).

Toda teoria precissa ser submetida a constante falseamento para que seja melhorada, revisada ou descartada. Nunca pode ser assumida como verdade.

Daniel Leal disse...

" E o fanatismo religioso? Que bons resultados apresenta?"

R = Falácia da ridicularização da generalização.

Já ouviu falar em fanatismo neo-ateu? poisé... radicalismo não é exclusividade de certos grupos religiosos.

Quanto ao que a religião e a filosofia contribuiram para o mundo, temos o próprio terreno para o surgimento da ciência. Já ouviu falar em ciência medieval? surgimento do modelo universitário, cujo as bases temos até hoje, junto com a filosofia conquistas nas áreas da moral e da ética.

Religião e ciência são duas formas de conhecimento distintas e que precisam ser analisadas como tal.

Mais uma vez, cuidado com o cientificismo.

Anônimo disse...

O sujeito é historiador e se descobriu um "profeta anti-darwin" após ler um livro do Behe que foi refutado pela própria universidade do autor.

O autor não conseguiu se corrigir ao serem apontados seus erros, mas o HISTORIADOR (nào biologo, não bioquímico) se sente capaz de dizer o que é certo ou errado mesmo assim.